No Diário do Minho da passada quinta-feira, o sr. Alberto Mendes, num artigo de opinião, reflecte um pouco sobre o futebol, sobretudo sobre o futebol amador.
No artigo com o título "Onde pára o futebol?", o cronista, depois de falar sobre o futebol profissional, diz o seguinte:
"Relativamente ao futebol amador, como sejam os pontapés na bola dos emblemas das 2ª e 3ª divisões, são asfixiados financeiramente pela Federação de Futebol. Os clubes que jogam em casa, em cada jogo da 3ª divisão pagam mais de quinhentos euros (cem contos na moeda antiga). Onde é que os dirigentes amadores de clubes amadores conseguem vender bilhetes ou gerar receitas para pagar aos senhores da Federação?
Depois temos as taxas de inscrição dos clubes, todos os anos, é obrigatório o pagamento de inscrição, como se o clube chegasse a Maio e deixasse de existir para regressar em Agosto, as renovações e transferências entre clubes amadores são pagas a peso de ouro e revertem para os cofres da Federação, por isso, os emblemas não profissionais estão num beco sem saída enquanto os donos da bola têm dinheiro a prazo.
Os clubes amadores não podem revoltar-se?
Como o próprio nome indica os seus dirigentes são amadores, neste ciclo vicioso ou andam de chapéu na mão a angariar fundos para haver futebol em todas as localidades de Portugal ou vão para a porta da Federação e entretanto o clube fecha.
A organização ou liga dos pequenos não intervém na calendarização dos campeonatos, não é ouvida na organização das provas. Veja-se o caso da maioria dos clubes ser contra este modelo competitivo, nas 2ª e 3ª divisões. Alguns até chegam ao ponto de apelidar de "aberração do futebol", as taxas escandalosas para a arbitragem, para a inscrição dos clubes e dos jogadores, sem os responsáveis do desporto a nível do Governo e da Federação mostrarem vontade de defender o futebol não profissional.
Realmente não dá visibilidade ir assistir jogos ao Mãe de Água, Merelim, Amares, Prado, etc, o que lhes dá jeito é gozarem umas férias na China, andar na selecção "A", aparecer na televisão enquanto os clubes verdadeiramente amadores que fazem o trabalho de massificação e de levar a juventude para caminhos saudáveis são provocados com taxas escandalosas que levam os clubes de bairro, das aldeias, das vilas e de pequenas cidades a fechar as portas quando é obrigatório e faz parte do programa de qualquer governo ou da Federação que deveria defender a saúde dos seus filiados em vez de os condenar à morte lenta e ao tédio."
O artigo põe o dedo na ferida. Mas todos sabemos a quem realmente dói.
Muitas das passagens do artigo assentam como uma luva em clubes como o(s) nosso(s).
E não nos está a doer? Então porque não curamos a maleita?
2 comentários:
e pergunto quando é que os clubes amadores se juntam e fazem qualquer coisa para que esta situação acabe.... já chega de aves rapinas ....
É bem verdade. No entanto, só um , dois ou três clubes não conseguem fazer nada. É necessário que os clubes se unam e exijam o que de direito lhes é devido. Estamos a pagar, e muito, para manter muitas vaidades. É preciso mudar isto.
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